Longevidade e altos custos afetam sustentabilidade da saúde suplementar

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26 de maio de 2016

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Vera Motta, ao lado do presidente, Marcello Hollanda, e diretores do Clube Vida em Grupo, entidade voltada para Seguros de Pessoas no Brasil

 A vice-presidente da Força RJ, Vera Motta, participou de palestra no Clube Vida em Grupo do Rio de Janeiro com a nova presidente da Federação Nacional das Empresas de Saúde Suplementar (FenaSaúde), Solange Beatriz Palheiro Mendes, sobre o momento atual e as perspectivas do mercado em saúde suplementar. Solange Beatriz assumiu a presidência da FenaSaúde em fevereiro deste ano e desde então vem alertando a sociedade em palestras, seminários, congressos, almoços e outros eventos sobre a necessidade do envolvimento de todos os setores na busca de um reequilíbrio financeiro pois, caso contrário, “a Saúde Suplementar no Brasil não existirá mais dentro de 10 anos”.

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Solange Beatriz recebe homenagem após palestra

“Achei o alerta oportuno e preocupante. As políticas públicas na área da saúde são precárias e o sistema SUS encontra-se deficitário. O resultado é a classe trabalhadora procurando buscar como alternativa planos de saúde. Mas, diante do quadro que se desenha, também no sistema privado (suplementar) teremos o mesmo fim: a população carente cada vez mais longe de conseguir cuidar da saúde de forma apropriada. Precisamos nos unir enquanto movimento sindical para evitar que isso aconteça”, ponderou Vera Motta.

A palestra aconteceu na última terça-feira (17). Solange Beatriz disse que se o quadro das operadoras é deficitário, isso se torna mais preocupante quando são os mais idosos que mais utilizam os planos de saúde e, consequentemente, geram muito mais despesas assistenciais. A presidente da FenaSaúde ponderou que custos assistenciais estão muito acima da inflação. “Em 2015, a inflação medida pelo IPCA ficou em 10,67%, quando a inflação medida pela Variação de Custos Médico-Hospitalares (VCMH) foi quase o dobro, chegando a 19,3%”, ressaltou Solange.

Vera Motta reportou que a palestrante admitiu que contribuem para a elevação desses custos o aumento da longevidade da população brasileira (já são mais de 6 milhões de beneficiários com mais de 60 anos) e a incorporação de novas tecnologias, muitas vezes sem a devida avaliação de efetividade.

A 5ª vice-presidente da Força RJ disse que a busca por uma gestão mais eficiente, com redução das despesas administrativas, é outra ação que vem sendo realizada pelas operadoras, segundo a presidente da FenaSaúde, bem como o investimento em programas de promoção de saúde e prevenção de doenças que, segundo a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), já são mais de 1.400 registrados em 2016.

Mas para que haja mudanças significativas no quadro atual, Solange defende, como fundamental, um maior envolvimento por parte dos consumidores no controle dos custos. “A transparência para o consumidor é uma das missões da FenaSaúde, que promove a divulgação de informações sobre os planos de saúde”, assinalou Solange, advogada e ex-diretora de Normas e Habilitação das Operadoras na ANS.

Vera Motta lembrou que se as operadoras reclamam de um lado, a ANS aperta o cerco do outro, sob o argumento de procurar formas de diminuir o sofrimento de 49 milhões de beneficiários de planos de saúde do país à espera de atendimento. Uma das últimas resoluções da ANS (a de nº 395), segundo a agência reguladora, foi criada para dar mais transparência e agilidade aos serviços para os usuários dos planos, ampliando canais de atendimento.

“Nos últimos cinco anos, o Brasil perdeu 13 leitos de internação hospitalar por dia. O Rio de Janeiro foi o estado que mais desativou leitos destinados a pacientes que precisam permanecer num hospital por mais de 24 horas. Venho acompanhando o déficit crescente da assistência em saúde no Brasil pela imprensa e mídias sociais. Nem só no SUS, mas também na saúde suplementar. E fiquei ainda mais preocupada depois de ouvir Solange Beatriz. Não restam dúvidas de que precisamos atentar para a qualidade de vida da classe trabalhadora no que tange ao futuro da saúde no Brasil”, arrematou Vera Motta.

 Por Rose Maria, Assessoria de Imprensa

                                         Fotos: Divulgação CVG-RJ

 

 Carlos Fidalgo

Presidente
Força Sindical do Estado do RJ

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