Força Sindical e CNTM querem redução na taxa de juros
9 de junho de 2016
“A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de manter a taxa Selic em 14,25% foi conservadora e decepcionante e não vai contribuir para reduzir a inflação nem para a retomada do crescimento”. A afirmação é do presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM), Miguel Torres, para quem “a manutenção dos juros nas alturas continuará espantando os investimentos necessários ao País, beneficiando o capital especulativo e promovendo mais desemprego e recessão”.
Em nota, Miguel Torres afirma que faltaram coragem e ousadia aos técnicos do Copom, nesta primeira reunião do governo Temer, para cortar drasticamente esse “anabolizante” que mina a saúde da economia e possibilitar o combate à inflação por meio de outros recursos: melhoria da infraestrutura, com investimentos em portos, aeroportos, rodovias para reduzir custos, melhorar a competitividade do Brasil e criar eficiência.
“Há tempos, o governo apostou que para reduzir a inflação precisava derrubar os salários e gerar desemprego. Isso aconteceu e a economia decresceu. Está na hora de reverter esse quadro, reduzindo juros, estimulando a produção, promovendo o consumo interno e patamar salarial civilizatório. Os trabalhadores brasileiros cobram essa atitude”, completou Miguel Torres.
Na mesma linha, no dia anterior à reunião do Copom (7), o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, também divulgou nota, dizendo que o governo deveria mostrar que aposta no setor produtivo. “A Força Sindical vem a público cobrar, do novo governo, que os juros sofram uma redução drástica no intuito de dar início à nossa estabilização econômica e à consequente retomada do desenvolvimento nacional”.
Segundo Paulinho, tratava-se de uma grande oportunidade para o governo demonstrar de que lado estava, se do lado do setor produtivo ou do setor especulativo. “Lembramos que é o setor produtivo que gera emprego e renda, e, diante deste quadro bizarro que vimos vivenciando, com quase doze milhões de trabalhadores desempregados, o emprego torna-se uma das principais prioridades do País”. E continuou: “Os juros altos inibem o consumo e estrangulam a produção, afetando todos os setores da cadeia produtiva e a sobrevivência de milhares de famílias. A redução dos juros, ainda, vai sinalizar positivamente para todo o setor produtivo, oferecendo um alento para aquelas categorias de trabalhadores com datas-bases no segundo semestre”.
Mas o Copom manteve a taxa de juros “nos estratosféricos 14,25% atuais” e cabe ao movimento sindical continuar lutando pela manutenção de empregos e ganhos salariais, mas também pela redução da taxa Selic.
Por Rose Maria, Assessoria de Imprensa, com CNTM e Força Sindical Nacional
Marcelo Peres
Secretário de Imprensa e Comunicação Força RJ