Manifestação de cedaeanos e servidores marcada pela violência policial
2 de fevereiro de 2017
O ato dos cedaeanos e servidores públicos, realizado nesta quarta-feira, 1º de fevereiro, em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, no Centro do Rio, foi marcado pela reação desproporcional da Polícia Militar contra os trabalhadores. No mesmo dia, Jorge Picciani (PMDB) foi reeleito presidente da Alerj, com 64 votos dos 70 integrantes da Casa. Ele já havia adiantado que a privatização da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos) entrará na pauta no dia 7 de fevereiro – especula-se, no entanto, que será no dia 6, em sessão extraordinária.
A manifestação começou ao meio-dia e, ao longo da tarde, os arredores da Alerj ficaram repletos de servidores públicos, trabalhadores da Cedae e pessoas sensíveis à causa. A Força RJ apoiou o movimento e representantes de diversos sindicatos filiados compareceram ao ato.
Do alto do carro de som, a grande maioria das entidades integrantes do Muspe (Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais) discursaram contra o governo e a privatização da Cedae. Mezac Eflain, presidente da Associação dos Bombeiros Militares, estava vestido com a mesma camisa dos cedaeanos. “Queremos que a Cedae funcione sem politicagem e sem cabide de emprego. A Cedae tem que ser nossa”, disse o bombeiro, bastante aplaudido.
Ary Girota, representando o Sindicato dos Trabalhadores em Saneamento de Niterói (Stipdaenit), criticou a privatização da Cedae e a gestão do governo estadual. “Tenho certeza que a partir desse ato todos vocês comparecerão aos outros atos em defesa do servidor público e da nossa Cedae pública e 100% estatal. Entregar a Cedae para a iniciativa privada é um crime contra a vida, porque nós produzimos água e água é vida. Nós não podemos permitir que essa quadrilha que saqueou o Rio nos últimos doze anos continue a fazer isso conosco. A conta da crise não é nossa. Estamos aqui na luta por direitos”, disse Ary.
Após um princípio de tumulto, as forças policiais dispararam bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha contra os manifestantes, que se dispersaram da frente da Alerj. No entanto, a ação policial não se limitou a proteger o Palácio Tiradentes: divididos em pequenos grupamentos, os policiais perseguiram os trabalhadores até a Avenida Rio Branco pelas ruas da Assembleia, Sete de Setembro e São José. Por conta da truculência e do forte cheiro de gás – foram disparadas incontáveis bombas para todos os lados – o comércio fechou e pedestres corriam desesperados em busca de abrigo.
No entanto, os manifestantes não desistiram e se reagruparam em frente à Alerj. Gritaram palavras de ordem e se reorganizaram para encerrarem o ato com passeata em direção à Avenida Rio Branco.
Enquanto o Centro do Rio de Janeiro virava uma praça de guerra, Jorge Picciani era reeleito presidente da Alerj com 64 votos favoráveis e apenas seis contrários. Em um plenário sem a presença da população, em uma Alerj cercada por grades. Símbolo de uma “Casa do Povo” nada popular e cada vez mais desconectada da realidade e sofrimento dos cidadãos fluminenses.
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Fonte: Assessoria de Imprensa Stipdaenit
Foto: Divulgação Stipdaenit
Marcelo Peres
Secretário de Imprensa e Comunicação Força RJ