Sinpospetro-RJ acompanha investigação sobre explosão em posto de Colégio
19 de novembro de 2014
O Sindicato dos Empregados em Postos de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Rio de Janeiro (Sinpospetro-RJ) acompanha as investigações sobre a explosão no posto de combustíveis da Rede Pressão, em Colégio, zona norte do Rio, que matou duas crianças, na noite de sábado (dia 15). Vicente Duarte, que se identificou como representante do dono do posto, informou à Assessoria de Imprensa da Força RJ que a polícia trabalha com três linhas de investigação: falhas no abastecimento, no equipamento de GNV (gás natural veicular) do carro ou na bomba de combustível. Mas um inspetor da 40ª DP (Honório Gurgel) que acompanha as investigações negou que a Polícia Civil já tenha qualquer conclusão sobre o que provocou o acidente. “Estamos ouvindo todos os envolvidos e ainda enviaremos o que restou do cilindro para exame”, afirmou o policial.
O automóvel que explodiu quando era abastecido por volta de 21h30 de sábado foi periciado no mesmo dia, mas o posto, que está em obras e ganhou na terça (18) adesivos que alertam sobre a necessidade dos veículos estarem sem tripulantes para abastecer com GNV, só será periciado na quinta (20). “De que adianta colocarem os adesivos, como prevê a Lei 5783/2014, agora, depois do acidente? Quem pode garantir que a pressão máxima de 220 kgf/cm², como manda a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) foi respeitada pelo dono do posto?”, questionou a diretora do Sinpospetro-RJ, Maria Aparecida Evaristo da Silva.
A dirigente sindical informou que o sindicato vem fazendo um levantamento de acidentes semelhantes ocorridos no estado recentemente com as mesmas características, provocando vítimas, fatais ou não. O presidente do Sinpospetro-RJ, Eusébio Luís Pinto Neto, disse que já solicitou à Assembleia Legislativa do estado audiência pública para analisar a questão e oficiou à OAB-RJ pedido para também acompanhar o caso.
Em parceria com o sindicato patronal e o Corpo de Bombeiros, o Sinpospetro-RJ vem supervisionando cursos de treinamento de capacitação contra acidentes e segurança no local de trabalho. Mais de 800 trabalhadores de 135 postos do município do Rio de Janeiro já fizeram o treinamento, ministrado pelo Instituto Brasileiro de Saúde Ocupacional SLS, com objetivo de cumprir as novas adequações da NR 20 (Norma Regulamentadora 20), que previne acidentes como o que fez duas novas vítimas fatais, em Colégio. Até janeiro de 2016, quando expira o prazo dado pelo Ministério do Trabalho e Emprego para implantação da NR 20 nos postos, todos os funcionários e prestadores de serviço terão que ter concluído o curso. Mas Maria Aparecida lembra que não adianta o dono do posto dar um “curso qualquer”, sem aval do MTE ou do Sindicato dos Trabalhadores, porque ele pode ser indiciado por crime de falsidade ideológica.
Eusébio Neto ressaltou que é importante saber se o frentista do Pressão Um Auto Posto e Serviços, em Colégio, foi orientado sobre a Lei Municipal Nº 5783, de agosto de 2014, que proíbe o abastecimento de GNV com pessoas no interior do veículo. Ou mesmo se esse trabalhador já recebeu capacitação para atuar como determina a NR-20. “Nosso Sindicato vem fiscalizando postos em todo o estado. Só no município do Rio são mais de mil postos e a tarefa não é fácil. Mas e o poder público? Faz o mesmo? O prefeito (Eduardo Paes) vetou a Lei 5783/2014, alegando que não tinha como fiscalizar sua aplicação. A lei só está vigorando porque o veto foi derrubado pela Câmara de Vereadores. Mas uma lei nova como essa, que enfrenta uma questão cultural, que é o hábito do consumidor de permanecer em seu automóvel na hora de abastecer, precisa de uma campanha educativa, de ampla divulgação. Na minha opinião, houve negligência por parte do poder público e continua havendo falta de comprometimento com uma questão tão grave como essa”, salientou Eusébio Neto, presidente do Sinpospetro-RJ e vice-presidente da Força RJ.
Saiba mais:
Por Rose Maria. Fotos: Arquivo SINPOSPETRO-RJ
Marcelo Peres
Secretaria de Imprensa e Comunicação
Força Sindical do Estado do RJ