Pesquisa sobre o benzeno em postos do Rio constata alterações em exames clínicos de trabalhadores
4 de março de 2015
Pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostra alterações nos exames clínicos de 28% dos trabalhadores dos postos de combustíveis do município do Rio que participam do projeto “Caracterização de Riscos Relacionados à Exposição Ocupacional ao Benzeno”. De acordo com relatório preliminar, 32 dos 120 trabalhadores pesquisados apresentaram uma diminuição nos valores de leucócitos no sangue, o que é um efeito característico pela exposição ao benzeno.
Os trabalhadores foram recrutados entre 2010 e 2013 em postos de combustíveis de São Cristóvão, Vila Isabel, Tijuca, Bonsucesso e Engenho de Dentro, Zona Norte do Rio. A primeira fase da pesquisa já foi concluída e todos os trabalhadores receberam os laudos médicos. O grupo que apresentou alteração nos exames clínicos está recebendo acompanhamento no Centro de Estudo da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cetesh/Fiocruz).
O projeto, que entra agora na segunda fase, conta com o apoio direto do Sindicato dos Empregados em Postos de Combustíveis do Rio de Janeiro (Sinpospetro-RJ), que auxilia os pesquisadores na coleta nos postos e no transporte de material biológico dos trabalhadores. A nova etapa abrange os bairros de Paciência, Santa Cruz e Sepetiba, na Zona Oeste. A escolha da região para realização da pesquisa não foi aleatória, já que nessa área há um grande número de indústrias. O objetivo é comparar o grau de risco do trabalhador quando fica exposto a agentes tóxicos, como o benzeno, e à poluição ambiental.
Em todos os postos avaliados na primeira fase, a pesquisa constatou que a concentração de benzeno próximo a bomba de abastecimento é compatível com a legislação. No relatório, no entanto, os pesquisadores deixam claro que não há limite seguro de exposição para substâncias cancerígenas, como é o caso do benzeno, que pode provocar leucemia. O documento não exclui a possibilidade de que trabalhadores adoeçam pela exposição ao benzeno.
O relatório parcial com dados da primeira fase da pesquisa, que teve início há 5 anos, foi entregue no final de fevereiro ao Sinpospetro-RJ pelos pesquisadores Isabeli Amaral, Leandro Carvalho e Marcos Menezes. O presidente do Sindicato, Eusébio Pinto Neto, e os diretores Isaías Albuquerque e Aparecida Evaristo participaram da reunião.
Fonte: Rose Maria da Assessoria de Imprensa Força Sindical RJ,
com Assessoria de Imprensa Sinpospetro-RJ.
Foto: Arquivo Sinpospetro-RJ.
Marcelo Peres
Secretaria de Imprensa e Comunicação
Força Sindical do Estado do RJ