24 de março de 2015

A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro aprovou dia 19 de março o reajuste de 9% para todas as faixas do piso regional. O aumento é retroativo a 1º de janeiro e beneficia cerca de dois milhões de trabalhadores. De acordo com o texto, a menor faixa, que inclui trabalhadores rurais e domésticas, terá o valor de R$ 953,47. O montante também vale para servidores, aposentados e pensionistas do estado que recebem pelo piso.

A faixa salarial mais alta terá o inicial de R$ 2.432,72. O projeto foi enviado ao governador Luiz Fernando Pezão, que tem até 10 de abril para sancioná-lo ou vetá-lo, mas assessores da Comissão do Trabalho da Alerj acreditam que o governador se pronunciará ainda este mês, já que o piso regional é retroativo a janeiro.

A proposta original, enviada à Casa pelo Executivo, previa um reajuste de 7,5%, mas, pressionados pelas centrais sindicais, os deputados chegaram a um acordo para que o percentual ficasse próximo ao aumento do salário mínimo nacional, que foi de 8,8%. “Nós, da bancada dos trabalhadores, fizemos um trabalho de convencimento nos gabinetes dos deputados, tentando aprovar nossa pauta. Pedíamos 19,67%. Os deputados acabaram aprovando uma proposta intermediária”, afirmou David de Souza, secretário geral da Força RJ e representante da Força Sindical no Ceterj (Conselho Estadual de Trabalho, Emprego e Renda do Rio de Janeiro).

Outra vitória da classe trabalhadora apontada por David foi a redução das faixas a maior, e não a menor, como queria o governo. “A redução de nove para seis faixas ficou para ser apreciada em 2016. Mas avançamos quando conseguimos já este ano a incorporação da primeira e segunda faixas, prevalecendo o piso das domésticas, e não dos trabalhadores rurais, como na proposta original. É um passo importante, porque já garantimos o indicativo de que as faixas, ano que vem, devem ser incorporadas visando o maior salário”, comemorou David.

O texto aprovado inclui as categorias de jornalista e sociólogo (faixa 8), técnico em instrumentalização cirúrgica (faixa 7), além de motorista de ambulância, maqueiro e auxiliar de massagista (faixa 2).

Clique e confira os valores e as faixas salariais aprovados pela Alerj

Trabalhadores têm ganho real 

Mesmo com a economia enfraquecida, o número de negociações salariais com ganho real para o trabalhador aumentou no ano passado, em relação a 2013. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), 91,5% dos acordos entre patrões e empregados no ano passado tiveram aumento real. No ano anterior, o percentual foi menor, de 86,2%.

Em média, os trabalhadores conseguiram um aumento de 1,39% acima da inflação. O segmento que teve o maior número de acordos com aumento real foi o comércio (98,2%), seguido da indústria (90,9%) e do setor de serviços (89,2%). Em 2,4% das negociações, o reajuste ficou abaixo da inflação.

Para o coordenador de Relações Sindicais do Dieese, José Silvestre Prado de Oliveira, o baixo desemprego contribuiu para o resultado. “Mesmo com o mercado de trabalho com tendência de perda da dinamicidade e geração de novos postos, os níveis de desemprego foram baixos”, afirmou o especialista.

Por Rose Maria. Fonte: Jornal O Dia.

Marcelo Peres
Secretaria de Imprensa e Comunicação
Força Sindical do Estado do RJ

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