Sindicato faz manifestação de advertência em obra da Calper
20 de agosto de 2015
O Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil do Município do Rio (Sintraconst-Rio) e os empregados no canteiro do empreendimento Tic Frames, no Recreio dos Bandeirantes, da Construtora Calper, cruzaram os braços no início desta semana (17), em uma manifestação de advertência diante das irregularidades cometidas pela construtora e empresas terceirizadas. Mais de mil trabalhadores participaram da paralisação.
Uma série de práticas ilegais tem se tornado comum em obras da Calper. Empresas terceirizadas descumprem não só normas de segurança, mas também as legislações trabalhistas. As subcontratadas acham que podem fazer o que querem no canteiro. “Isso demonstra total desorganização por parte da construtora em controlar e fiscalizar seus empreiteiros”, afirmou o Sintraconst-Rio.
Os operários exigem a regularização dos problemas já apontados em diversas notificações aos responsáveis pela obra. Salário abaixo do piso, desvio de função, falta de pagamento de cartão assiduidade e vale transporte estão na lista de irregularidades das “gatas” que fazem serviço no empreendimento.
Além disso, os operários recebem por tarefa, fora do contracheque. Assim, ficam sem as garantias trabalhistas, pois não recebem o equivalente em seu 13º salário, FGTS e férias, por exemplo.
Empreiteiras como NOP-Rio, QDG e Belmonte estão entre os casos mais críticos em relação aos direitos dos trabalhadores no empreendimento. “A construtora, que deveria garantir a obediência das leis trabalhistas em seu canteiro, faz vista grossa, ignorando os problemas. Para piorar, não se posiciona em relação às notificações do Sindicato. A Calper deve fiscalizar as terceirizadas, fazer com que cumpram as leis. É um absurdo a gente ter sempre que lembrar que o canteiro é de responsabilidade da construtora principal”, alerta Vaguiner Moura, coordenador do Sintraconst-Rio.
Além das empreiteiras, a própria Calper tem irregularidades trabalhistas. Os operários recém-admitidos ficam cerca de 20 dias sem vale-transporte, serventes trabalham como marteleteiro e operador de cremalheira. Há operário com férias vencidas.
A área de vivência do empreendimento Tic Frames tem problemas no refeitório (não comporta o número de trabalhadores) e banheiros sem manutenção (chuveiros quebrados, sem estrado de PVC nos boxes).
Pela NR-18, a cada cinco andares deve haver um bebedouro para os operários nas obras. No Tic Frames, o trabalhador tem que sair do 10º andar para beber água no primeiro andar.
Representantes do Sintraconst-Rio vão retornar nos próximos dias ao canteiro de obras para acompanhar se as resoluções foram tomadas para cada uma das irregularidades, conforme posição da direção da empresa, por intermédio de Carlos Biel. Se a empresa principal não tomar atitudes para regularizar a situação dos trabalhadores, novas manifestações de advertência serão organizadas, até que todos os problemas sejam resolvidos.
A obra onde aconteceu a paralisação tem cronograma para ser finalizada até dezembro, pois vai receber delegações internacionais para os Jogos Olímpicos.
Por Rose Maria, Assessoria de Imprensa.
Fonte: Sintraconst-Rio.
Marcelo Peres
Secretaria de Imprensa e Comunicação
Força Sindical do Estado do RJ