BC prevê PIB em baixa e inflação em alta

Voltar

1 de outubro de 2014

pibInflação em alta beirando perigosamente o teto da meta, tombo nos investimentos, recuo da indústria e crescimento menor do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014. O cenário não poderia ser mais negativo neste ano de eleições, mas foi essa a fotografia atual da economia brasileira do último ano de governo da presidente Dilma Rousseff apresentada ontem pelo próprio Banco Central no Relatório Trimestral de Inflação.

Pelas novas projeções do BC, o IPCA – índice oficial – deverá fechar o ano em 6,4%, próximo do teto de 6,5% fixado pelo governo. A projeção de alta para 2014 subiu 0,3 ponto porcentual em três meses, de março a junho, e o risco de estouro do teto da meta é hoje de 46%.

Tombo

O Banco Central rebaixou severamente a projeção do crescimento da indústria neste ano. A autoridade monetária, que antes previa um avanço de 1,5% para o produto da indústria brasileira, acredita agora que haverá uma retração de 0,4% em 2014. Outro rebaixamento foi nas expectativas para a evolução da capacidade produtiva no país. Para o BC, o investimento, medido como formação bruta de capital fixo, deve recuar 2,4% em 2014. Antes, a autoridade monetária acreditava que haveria um avanço de 1%.

Com a nova previsão, mais uma vez o BC adia a entrega da inflação no centro meta de 4,5% depois de a presidente prometer por três anos que o IPCA iria convergir para o objetivo oficial. O BC sinalizou que o processo de convergência será mais longo ao mostrar que a inflação vai continuar elevada e bem acima do teto da meta até o final do primeiro semestre de 2016. A projeção de IPCA mais longa é de 5,1% para junho de 2016.

Em relação ao crescimento da economia, o Banco Central prevê no relatório que o Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos, deve apresentar expansão de 1,6% neste ano, ante a previsão anterior de 2%.

Conforto

Apesar da deterioração de todas as previsões de inflação e de ter retirado a avaliação de que a alta de preços seria um processo de curta duração, o BC interrompeu a alta de juros e deu sinais que está confortável com quadro inflacionário, apostando que o crescimento mais baixo do que o potencial da economia vai controlar a inflação. Uma aposta considerada de risco pelos analistas econômicos, já que a inflação tem se mantido elevada por tempo prolongado.

“O BC está convencido de que economia fraca vai reduzir inflação, mas nada garante que isso ocorrerá”, pondera José Márcio Camargo, economista da Opus Gestão de Recursos. “Se os preços administrados subirem mais que os 6% projetados pelo BC para 2015, é bem provável que a inflação vai superar o teto no próximo ano”, prevê.

Fonte: Rose Maria com Agência Estado e  Força Sindical Nacional

Marcelo Peres
Secretaria de Imprensa e Comunicação
Força Sindical do Estado do RJ

FacebookTwitterGoogle+Compartilhar