Construção Civil em campanha salarial luta por aumento real
25 de março de 2015
Está em andamento a negociação entre trabalhadores da Construção Civil do município do Rio e empresários para definir o reajuste salarial da categoria este ano. O embate tem sido duro diante do cenário de crise econômica que se formou no Brasil. “Essa vai ser uma das campanhas salariais mais difíceis, mas a diretoria segue firme no objetivo de avançar nas conquistas da categoria, garantir aumento com ganho real nos salários e também ampliar os benefícios”, afirmou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil, Montagem Industrial e Reformas do Município do Rio de Janeiro (Sintraconst-Rio), Carlos Antônio de Souza.
Há mais de uma década os operários da construção civil do Rio vêm acumulando reajuste no salário maior que os índices de inflação. Além disso, a convenção coletiva é considerada uma das mais avançadas do país. “Não vamos aceitar nenhum retrocesso. A campanha salarial é um momento que exige união e paciência dos trabalhadores. Cada rodada de negociação pode favorecer ainda mais a categoria”, ressaltou Carlos Antônio.
A data base é 1º de março.
Atrasos no pagamento do Minha Casa, Minha Vida
Enquanto se empenha para garantir reajustes dignos aos trabalhadores da construção civil, o Sintraconst-Rio continua seu trabalho de fiscalização junto aos canteiros de obras. Uma das últimas visitas surpresa aconteceu no empreendimento residencial Portos (Programa Minha Casa, Minha Vida), da Construtora Novolar, que reúne cerca de 200 operários.
Durante a fiscalização, o Sintraconst-Rio identificou que a empreiteira Brasil Constrói atrasou o pagamento do último salário de seus 21 empregados nesse canteiro em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio. “É comum o atraso nos salários dessa subcontratada”, reclamou um dos operários terceirizados.
Assim que receberam a denúncia, representantes do Sindicato se reuniram com os responsáveis pela obra e acordaram um prazo para a regularização do pagamento. Além disso, o Sindicato solicitou à construtora principal (Novolar) melhorias no refeitório, como a instalação de mais ventiladores e pintura do local, e reformas na área de vivência, que deverá contar com chuveiros elétricos e novos armários no vestiário.
Desrespeito em obra da Prefeitura do Rio
Outra ação de fiscalização identificou que a Volume Construções, contratada pela Prefeitura do Rio para reurbanizar a Vila Joaniza, na Ilha do Governador, desrespeita uma série de itens da convenção coletiva, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e das Normas Regulamentadoras de Segurança (NRs).
O vestiário não recebe qualquer limpeza e não tem nem mesmo papel higiênico. O refeitório também não respeita as normas de higiene e os trabalhadores reclamam do calor. Isso porque são apenas quatro ventiladores para um refeitório que recebe 240 operários na hora do almoço, entre outras irregularidades.
“Exigimos imediatamente que a construtora contrate uma empresa de limpeza. Tentamos notificar a obra, apontando os problemas, mas a construtora não quis sequer receber a notificação. Se a normas não forem respeitadas imediatamente, vamos levar o problema ao Ministério do Trabalho e ao Ministério Público do Trabalho”, afirmou o líder da equipe 10 do Departamento de Segurança do Trabalho do Sintraconst-Rio, Junior Firmino.
O Sintraconst-Rio conta com 13 equipes de fiscalização.
A obra na Vila Joaniza faz parte do Programa Morar Carioca, que vai atender 16 mil moradores da comunidade. A estimativa de gasto desse programa para a área é de R$ 100 milhões.
Por Rose Maria, com Assessoria de Imprensa do Sintraconst-Rio.
Marcelo Peres
Secretaria de Imprensa e Comunicação
Força Sindical do Estado do RJ