Declaração de centrais do Brics cobra mais empregos e busca barrar práticas anti-sindicais
9 de julho de 2015
As centrais sindicais dos cinco países que integram o Brics finalizaram hoje (9) a Declaração de Ufa (cidade a 1.300 quilômetros de Moscou que sedia o encontro dos líderes sindicais), que será entregue ao presidente da Rússia, Vladimir Putin. O documento, assinado por sindicalistas do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, ressalta a importância das economias desenvolvidas “implementar políticas macroeconômicas e financeiras responsáveis e empreender reformas estruturais que criem empregos decentes”.
Os dirigentes ressaltam a importância dos países lutarem contra práticas anti-sindicais. “Nossa Declaração é uma importante contribuição na construção de um mundo com trabalho decente para todos, com condições de igualdade e justiça social”, disse o presidente da Força Sindical, Miguel Torres.
Sobre o aumento das práticas anti-sindicais, os sindicalistas lembraram que direitos fundamentais da representação sindical e negociação coletiva estão sob ameaça em alguns países e sujeitos a ataques em outros. Eles afirmam ainda que, em vários países, os empregadores estão tentando minar o direito à greve, pondo em perigo a realização deste direito fundamental dos trabalhadores, que é reconhecido pela OIT.
Os participantes do Brics Sindical também demonstram preocupação com os problemas econômicos dos países que compõem o fórum. Diz o documento: “Não podemos aceitar que as medidas de austeridade, que falharam na Europa e nos Estados Unidos, sejam um caminho para sair da crise. As receitas devem ser utilizadas para aumentar o investimento em bens do setor produtivo, projetos de infra-estrutura, saúde, educação, ciência e tecnologia, pesquisa e desenvolvimento, formação profissional e atualização de competências. Os investimentos devem ser usados para criar empregos decentes e salários mais altos. De longa data, o aprofundamento das desigualdades crônicas não é de nenhuma maneira o resultado de leis naturais da economia. Eles são um resultado das políticas aplicadas, e eles podem ser superados se essas políticas são alteradas em favor dos interesses da esmagadora maioria dos cidadãos”.
O Brics Sindical acontece paralelamente à cúpula do Brics que se realiza em Ufa, na Rússia. O líder da Força destaca a luta para o reconhecimento do Brics Sindical pela cúpula governamental. “Temos propostas e queremos participar oficialmente do próximo Brics, que deve acontecer na China”, arrematou Miguel Torres.
Por Rose Maria, Assessoria de Imprensa.
Fonte: Força Sindical Nacional. Foto: Divulgação Força Sindical.
Marcelo Peres
Secretaria de Imprensa e Comunicação
Força Sindical do Estado do RJ