Desemprego é maior entre os jovens

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2 de junho de 2015

Adriana Araújo

A piora no mercado de trabalho está castigando de forma mais intensa os brasileiros que têm entre 18 e 24 anos. Em abril, quarto mês seguido de aumento do desemprego e de queda na renda, a taxa média de desemprego nas seis regiões metropolitanas do país (Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Recife, Salvador e Porto Alegre) ficou em 6,4%, a maior desde maio de 2011.

Na comparação com abril do ano passado — quando o desemprego foi de 4,9% — houve um salto de 1,5 ponto percentual, maior aumento no período de um ano de toda a série histórica da Pesquisa Mensal de Empregos (PME) do IBGE, iniciada em 2002. Entre os jovens, o aumento do desemprego foi ainda maior: passou de 12% em 2014 para 16,2% em abril de 2015.

Efeito da queda na renda

Segundo especialistas, a queda na renda das famílias está empurrando um número cada vez maior de jovens para o mercado de trabalho. Em abril, o rendimento real foi de R$ 2.138,50, 0,5% menor do que em março. Foi o terceiro mês consecutivo de queda no salário real frente ao mês anterior. Na comparação com abril de 2014, o recuo da renda, quarto seguido, foi mais expressivo, de 2,9%. Com isso, muitos jovens que estavam adiando a busca de trabalho para se dedicar aos estudos passaram a procurar uma vaga — e pressionaram a taxa de desemprego do grupo.

Entre os trabalhadores com idade entre 25 e 49 anos, o desemprego ficou em de 5,3% em abril deste ano, 1,3 ponto percentual acima dos 4% de abril do ano passado e 0,2 ponto percentual superior ao 5,1% de março. Para quem tem mais 50 anos, a taxa ficou em 2,6%.

Os números do IBGE também mostram que a população não economicamente ativa — formada por aqueles que têm idade para trabalhar, mas não buscam emprego — caiu 3,01% entre abril de 2014 e abril de 2015, na faixa entre 18 e 24 anos. Foi a quarta queda seguida nesse tipo de comparação. Na média geral, o indicador subiu 0,4%.

Além disso, a taxa de participação dos jovens no mercado — percentual dos que estão no mercado em relação ao total da população naquela faixa etária — parou de cair. O percentual era de 64,2% em abril de 2015, mesma taxa de abril de 2014.

O salto do desemprego em um ano é explicado pelo aumento da população desocupada e pela menor geração de vagas. De um lado, são 384 mil pessoas a mais no contingente de desocupados, alta de 32,7%, a maior taxa da série histórica. Enquanto isso, a população ocupada caiu em 171 mil pessoas, ou 0,7%.

Ao mesmo tempo, a população não economicamente ativa — que tem idade para trabalhar, mas não procura trabalho — teve um crescimento menor, de 0,4%.

“Esse aumento da população desocupada está sendo abastecido tanto por aqueles que perdem trabalho, mas também por pessoas que não estavam procurando trabalho e agora estão”, explicou a técnica da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, durante entrevista coletiva à imprensa, onde apresentou os resultados da última pesquisa da Coren.

 

 Fonte: Jornal O Globo. Foto: Imprensa IBGE.

 

Marcelo Peres
Secretaria de Imprensa e Comunicação
Força Sindical do Estado do RJ

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