Força Sindical participa de protesto contra Nissan no Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos
18 de fevereiro de 2016
Centrais sindicais brasileiras junto com a UAW (United Auto Workers), entidade sindical americana que representa os trabalhadores do setor automobilístico, e a IndustriALL Global Union, entidade mundial que representa 50 milhões de trabalhadores em 140 países, entregaram hoje (18), ao meio-dia, ao embaixador Agemar Sanctos, diretor de Relações Institucionais do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016, uma carta-denúncia contra a Nissan, empresa patrocinadora oficial das Olimpíadas.
A montadora é acusada de ferir os direitos civis ao promover intimidações e ameaças, inclusive com caráter racista, em sua fábrica no Mississipi (EUA), onde 85% dos trabalhadores são negros. As mulheres trabalham, segundo as denúncias, com fralda geriátrica para evitar idas ao banheiro e não prejudicar a produção. Além disso, os trabalhadores são impedidos de se sindicalizar livremente e não contam, por exemplo, com acordo coletivo. Quem manifesta desejo de sindicalizar-se, passa a ser perseguido pela direção da fábrica.
A Força Sindical se fez representar na entrega do dossiê pelo presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM) e vice-presidente da Força Sindical, Miguel Torres, pelo vice-presidente da Força Sindical do Paraná, Sérgio Butka, representante da Força Sindical de Goiás, Carlos Albino Rezende Júnior e pelos vice-presidentes da Força RJ, Carlos Fidalgo, Marco Antônio Lagos e Eusébio Pinto Neto. Enquanto a reunião acontecia no interior da sede na Cidade Nova, Centro do Rio, com representantes do Comitê Organizador dos Jogos, centenas de sindicalistas filiados a Força Sindical e demais centrais permaneciam concentrados na porta do Comitê, em manifestação pacífica, que começou às 10h.
Em coletiva à imprensa na saída do encontro com o Comitê Organizador, Miguel Torres informou que o embaixador Agemar Sanctos sugeriu que as centrais brasileiras e líderes sindicais internacionais levem as denúncias também ao Ministério do Trabalho e Emprego no Brasil e a OIT (Organização Internacional do Trabalho). “Ele disse que o Comitê vai se reunir para analisar a questão e procurar a Nissan para buscar um entendimento. Deixamos bem claro que não somos contra a empresa nem contra os Jogos e que esperamos que a Nissan mude seu perfil de relacionamento com seus trabalhadores em plantas como a do Mississipi, porque não se pode admitir que quem não respeita o trabalho decente figure entre os patrocinadores dos Jogos Olímpicos de 2016. Se nada mudar, atos como este continuarão a acontecer, até mesmo durante os Jogos”, disse Torres.
Sindicalistas brasileiros se solidarizaram a entidades sindicais internacionais na luta pelos direitos dos trabalhadores da Nissan nos EUA
O vice-presidente da Força e presidente da CNTM, Miguel Torres, falou a correspondentes internacionais, como a Agência EFE (espanhola), sobre trabalho decente e denúncias contra a Nissan
Por Rose Maria, Assessoria de Imprensa.
Fotos: Divulgação Força RJ e CNTM.
Marcelo Peres
Secretaria de Imprensa e Comunicação
Força Sindical do Estado do RJ