Força Sindical protesta contra juros altos e desemprego
3 de junho de 2015
O frio da manhã desta terça-feira (2) não impediu que diversos sindicalistas da Força Sindical e demais Centrais protestassem diante da sede do Banco Central, na Avenida Paulista, Centro de São Paulo. As Centrais realizaram manifestações por menos juros e mais empregos também em Salvador (BA), Goiânia (GO) e Brasília (DF). Os protestos aconteceram no dia em que o Copom, órgão do Banco Central, iniciou a reunião para decidir sobre a nova taxa de juros, que hoje está em 13,25%. A reunião será concluída dia 3 de junho, quando será divulgada a taxa Selic.
Os R$ 311 bilhões despejados em 2014 no mercado financeiro e os gastos com juros estipulados em R$ 143 bilhões, no primeiro trimestre de 2015, receberam fortes críticas. O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, classificou de absurdo outro aumento da taxa Selic. “Com juros altos, as empresas reduzem contratações e demitem. Precisamos aumentar é o financiamento para indústrias e mais investimentos na educação e saúde”, disse.
Carlos Cavalcanti Lacerda, secretário de Relações Institucionais da Força Sindical, que organizou o ato em Brasília, afirmou que os trabalhadores não vão aceitar calados os aumentos nos juros. “Exigimos a queda dos juros para fomentar a produção e gerar empregos”, enfatizou.
Já João Carlos Gonçalves, Juruna, secretário-geral da Central, lembrou a importância de “lutarmos pela jornada de 40 horas semanais de trabalho, pela recomposição do poder de compra dos aposentados e por salários dignos”.
Seguro-Desemprego
O deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade-SP) ressaltou que o governo retira o dinheiro do setor produtivo para entregar aos banqueiros, além de atacar direitos trabalhistas por meio de Medidas Provisórias. “Por causa dessas MPs, 10 milhões de brasileiros não irão receber o Seguro-Desemprego. Mas entramos no STF (Supremo Tribunal Federal) para derrubar a MP 664. Hoje só temos demissões e empresas fechadas”, criticou.
O presidente da Fequimfar (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas de SP), Sérgio Luiz Leite, o Serginho, elogiou o trabalho unificado das centrais sindicais contra os ataques do governo para retirar direitos adquiridos há muito tempo. “Essa conta não pode ser paga pelos trabalhadores. Retiram dinheiro da produção para dar aos bancos”, ressaltou.
Banqueiros
O presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas, Marcos Kauê Ferreira de Queiroz, cuja entidade levou vários estudantes ao ato em São Paulo, lembrou que existe a preocupação de subir os juros e a falta de compromisso em resolver o sucateamento do ensino público. “Não podemos aceitar que banqueiros fiquem com dinheiro que precisa ser utilizado para resolver os problemas da educação”, disse.
A mesma crítica contra aumento do desemprego se repetiu com o presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados da Força Sindical, Carlos Andreu Ortiz. “O governo retira dinheiro da educação e saúde, continua aumentando os juros e o povo vai pagar a conta perdendo o emprego. Ele não faz nada pelo trabalhador e o aposentado”, salientou Ortiz.
O Brasil, atualmente, é o sétimo país com maior taxa de juros do mundo. O primeiro lugar pertence a Ucrânia (30%); segundo, a Malawi (25%); em terceiro está a Bielorrússia (25%); quarto, Gana (21%); quinto, Rússia (15%) e sexto, Moldávia (13,50%). Já entre as nações desenvolvidas, os menores índices inflacionários são registrados na Suíça (-1,25%), Suécia (-0,10%), Japão (0 a 0,1%) e Estados Unidos (0 a 0,25%).
Por Rose Maria, Assessoria de Imprensa. Com Comunicação CNTQ e Força Sindical Nacional. Fotos: Força Sindical Nacional, Força Bahia, Força Goiás.
Marcelo Peres
Secretaria de Imprensa e Comunicação
Força Sindical do Estado do RJ