Frentistas e metalúrgicos propõem mobilização social para derrubar propostas que retiram direitos dos trabalhadores

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13 de setembro de 2016

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Enquanto o governo Temer se articula com o Congresso para aprovar as reformas trabalhista e da Previdência, a classe trabalhadora deve ficar atenta para evitar que as oligarquias – compostas por parlamentares e grandes grupos econômicos, avancem com as medidas que visam reduzir direitos e precarizar a mão de obra. O alerta é do presidente do Sindicato dos Empregados em Postos de Combustíveis do Rio de Janeiro (Sinpospetro-RJ), Eusébio Pinto Neto. Segundo ele, os Sindicatos dos Frentistas de todo o país estão mobilizados para impedir que as reformas avancem, assim como o projeto de terceirização, que já foi aprovado na Câmara dos Deputados.

Reunidos em 8 de setembro, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, dirigentes sindicais metalúrgicos de várias entidades do país também avaliaram como graves as reformas trabalhista e previdenciária que estão sendo propostas pelo governo federal e setores empresariais e criticaram o que consideram um verdadeiro ataque aos direitos trabalhistas e sociais, bem como à organização sindical. A Federação dos Metalúrgicos RJ representou a categoria fluminense no encontro. Diante da situação, as entidades decidiram unificar a luta pelos direitos e realizar um dia nacional de paralisação – 29 de setembro.

Frentistas

Para o presidente do Sinpospetro-RJ, Eusébio Neto, vice-presidente da Força RJ, a sociedade não pode assistir inerte a essa barbárie contra os trabalhadores, que são os sustentáculos da economia e responsáveis pelo desenvolvimento do país.

“Neste momento, obscuro e incerto para o Brasil, é preciso discernimento para que a economia não naufrague e o desemprego aumente. Somos contra a proposta de reforma trabalhista que permite que as negociações entre empregados e empregadores se sobreponham à CLT. Não podemos admitir que uma negociação prevaleça sobre o legislado. Dessa forma, a Lei perde o sentido de existir. Se considerarmos que vivemos em um país com precarização do trabalho, mão de obra análoga à escravidão, empresários retrógrados e concentração de terras e renda em poder de grupos oligárquicos, chegamos à conclusão que o estado ainda precisa dar proteção aos menos favorecidos através da legislação”, opinou Eusébio.

O presidente do Sinpospetro-RJ chama a atenção dos trabalhadores de postos de combustíveis e lojas de conveniência para o projeto da terceirização. Segundo ele, a terceirização da atividade-fim, como prevê o projeto, em tramitação no Congresso, é um risco para toda a categoria no país. Desde a fundação do primeiro sindicato dos frentistas, na década de 90, os trabalhadores de postos lutam para acabar com a precarização da mão de obra no setor de revenda de combustíveis. Em todo o país, os sindicatos se mobilizaram para extinguir cooperativas de mão de obra e aumentar a segurança no ambiente de trabalho. Com a terceirização, os funcionários de postos podem perder o emprego legalizado e a sociedade poderá ficar exposta a risco de acidentes, já que os frentistas são treinados para atuar na função.

Eusébio Neto diz que, por ser tratar de um país subdesenvolvido, o Brasil não tem condições mínimas de avançar em reformas no mundo do trabalho. “Com o capitalismo cada vez mais selvagem no mundo, o trabalhador precisa de proteção porque é a parte mais fraca nesse processo. Essas propostas não vão resolver o problema de caixa do país. O povo não pode pagar pelo rombo na Previdência Social, provocado pelas dívidas das grandes empresas”, ressaltou.

Hoje, o trabalhador está em desvantagem no Congresso, mas o voto determina e qualifica o trabalho do legislador. Por isso, segundo o vice-presidente da Força RJ, o povo tem que se mobilizar e ir às ruas para exigir que se façam as reformas política e fiscal. “É preciso fazer mudanças no cenário político, para evoluir na questão social”, finalizou.

Metalúrgicos

Também para os sindicalistas metalúrgicos, reunidos em São Paulo quinta-feira passada (8), as medidas propostas vão eliminar direitos e atender somente aos interesses da classe patronal; não vão gerar empregos nem garantir aposentadoria no futuro. Para eles, a redução do custo do trabalho, bem como a chamada flexibilização das convenções coletivas de trabalho estão embutidas em várias propostas.

Diante da situação, as entidades definiram o dia 29 de setembro como dia nacional de paralisação contra as reformas, além de manifestações e outras ações para pressionar o Congresso Nacional a derrubar os projetos que vão contra os interesses da classe trabalhadora, e denunciar os parlamentares favoráveis às reformas.

Conheça a íntegra do documento aprovado pelos metalúrgicos aqui.

 

 

Por Rose Maria, Assessoria de Imprensa

                                         Fonte: Assessoria de Imprensa Sinpospetro-RJ e Assessoria de Imprensa Federação dos Metalúrgicos RJ

                                                     Fotos: Divulgação Sinpospetro-RJ e CNTM

 

Marcelo Peres

Secretário de Imprensa e Comunicação Força RJ

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