Metalúrgicos de São João da Barra recusam proposta patronal de aumento abaixo da inflação
26 de março de 2015
Em assembleia dia 20 de março, os trabalhadores do Consórcio Integra Offshore (Mendes Junior & OSX), que prestam serviços para Petrobras no Complexo Industrial Portuário do Açu, em São João da Barra, recusaram a proposta patronal de 5% de aumento. Em campanha salarial, os metalúrgicos reivindicam 12% de reajuste. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Campos, São João da Barra e Quissamã, João Paulo da Costa Cunha, informou que nova rodada de negociação está marcada para 27 de março, na Federação dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro, entre o Sindicato e representantes do Consórcio Integra.
“Sabemos que a situação econômica é difícil, mas vamos tentar chegar a uma nova proposta intermediária, que garanta o poder de compra dos trabalhadores, com a ajuda da nossa Federação”, afirmou João Paulo Cunha.
O líder sindical disse que na última assembleia era nítido o semblante de desânimo dos operários, após 600 demissões, acumuladas de dezembro até agora. “Fizemos uma pequena explanação do cenário atual da economia e os reflexos da Operação Lava Jato na indústria naval/metalúrgica no estado do Rio de Janeiro e no Brasil, com demissões em massa. Apresentamos a contraproposta da empresa, mas como o índice está abaixo da inflação, não houve avanço. Ainda mais porque o consórcio se nega a negociar cláusulas sociais”, salientou João Cunha.
O sindicalista ressaltou que a palavra de ordem é mobilização. “Alertamos aos trabalhadores que precisamos estar mobilizados para evitar o retrocesso no ciclo de recuperação da indústria naval/metalúrgica, que vem acontecendo, se as tentativas de enfraquecimento da Petrobras não tiverem a devida resposta da sociedade. Os ataques especulativos que visam inviabilizar economicamente a estatal colocam em risco as contratações no Brasil de plataformas, sondas, navios petroleiros e barcos de apoio. E que já estamos sofrendo as consequências dessa crise, com demissões em diversos estaleiros e na indústria como um todo. Houve redução ou paralisação nas obras. Pelo menos 5 mil postos de trabalho já foram fechados, só no estado do Rio de Janeiro e não vamos assistir a tudo isso passivamente”, enfatizou João Cunha, que já promoveu manifestações na região, em protesto contra as demissões no Porto do Açu.
Para João Cunha, a defesa da Petrobras passa pela defesa da política de conteúdo nacional, que tem garantido empregos e investimentos no Brasil e, principalmente, pela defesa do pré-sal, que desde a sua descoberta tem sido objeto de disputa dentro e fora do país. “Esses são os grandes interesses que estão por trás das tentativas de desmonte da Petrobras. Por isso, ressaltamos na assembleia a importância dos trabalhadores metalúrgicos se engajarem nas diversas frentes de luta em defesa dos empregos no Brasil. Não é uma luta só nossa, mas de toda a classe trabalhadora e de todo brasileiro”, arrematou Cunha.
Fonte: Rose Maria da Assessoria de Imprensa Força Sindical RJ
Fotos: Divulgação Sindicato dos Metalúrgicos de Campos e Região
Marcelo Peres
Secretaria de Imprensa e Comunicação
Força Sindical do Estado do RJ