Metalúrgicos protestam contra juros altos e freio na produção em Campos
29 de julho de 2015
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas, de Material Elétrico e Eletrônico de Campos, São João da Barra e Quissamã promove ato de protesto no próximo dia 7 de agosto, a partir de 8h, na BR 101. Sob o lema “Contra o desemprego crescente, contra a inflação galopante, contra os juros altos e em defesa dos direitos da classe trabalhadora”, a passeata sairá da Igreja do Sacro, no Parque Leopoldina, até o Trevo do Índio, na entrada de Campos dos Goytacazes, onde existe uma máquina de petróleo simbolizando a Petrobras.
“Essa manifestação terá como objetivo chamar a atenção da sociedade brasileira. Não podemos ficar igual lagartixa, em cima do muro, balançando a cabeça pra tudo. A classe trabalhadora está sendo massacrada pela crise econômica e política que se instalou no nosso país. Estamos pagando uma conta que não é nossa”, desabafou João Paulo Cunha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Campos.
Segundo o dirigente sindical, movimentos sociais de Campos e Região estarão juntos na marcha. “O escândalo da Operação Lava Jato, bem como a crise econômica e política vêm trazendo prejuízos enormes para as empresas e para os trabalhadores brasileiros”, ressaltou João Cunha. E completou: “As empresas que foram pegas na Operação Lava Jato perderam seus créditos no mercado. O preço do barril do petróleo caiu vertiginosamente e a política econômica adotada pelo governo não ajuda em nada”.
Para João Paulo Cunha, nem mesmo o PPE (Programa de Proteção ao Emprego) ajudará a indústria metalúrgica de Campos e municípios do entorno a se recuperar. “Nossa região depende economicamente da Petrobras. Com a crise, a estatal reduziu investimentos na cadeia produtiva e tudo que gira em torno disso está falindo. As empresas que empregam mão de obra metalúrgica são, na grande maioria, prestadoras de serviço. Se não há demanda de produção, não tem serviço. Então, se não há produção, não vejo onde o PPE pode nos ajudar. Estamos enfrentando uma situação caótica, com juros altos, demissões em massa e gente sendo demitida sem que a empresa tenha como honrar seus compromissos. Ou voltamos a produzir ou não sei onde vamos parar”, disse João Cunha.
O dirigente sindical contou que, recentemente, visitou uma empresa para checar denúncia de que os trabalhadores estavam há três meses sem receber salários. “Chegamos lá e nos deparamos com a luz cortada por falta de pagamento. O dono da empresa mandou todo mundo para casa, porque não tinha o que fazer. Nosso Sindicato providenciou cestas básicas para os trabalhadores e estamos acompanhando a situação”, arrematou João Cunha.
Por Rose Maria, Assessoria de Imprensa.
Fotos: Divulgação Sindicato dos Metalúrgicos de Campos.
Marcelo Peres
Secretaria de Imprensa e Comunicação
Força Sindical do Estado do RJ