OIT: apenas 25% dos trabalhadores no mundo têm relação de emprego estável
16 de junho de 2015
Os dados disponíveis cobrem 84% da força de trabalho global. Mais de 60% de todos os trabalhadores não têm nenhum tipo de contrato de trabalho, com a maioria deles atuando como profissionais liberais ou em trabalho familiar nos países em desenvolvimento.
No entanto, mesmo entre os trabalhadores assalariados, menos da metade, 42%, estão trabalhando com contrato permanente.
Tendências
A primeira edição do novo relatório anual “A Natureza em Mudança dos Empregos“, em tradução livre, mostra que o emprego assalariado está crescendo em todo o mundo. Mas isto representa apenas metade dos empregos globais, com grandes variações entre as regiões.
Em economias desenvolvidas e no sudeste e centro da Europa, por exemplo, cerca de oito em 10 trabalhadores é empregado. No sul da Ásia e África Subsaariana, o número seria mais próximo de dois em cada 10.
Outra tendência atual, segundo o documento, é o aumento em empregos de meio período, especialmente entre mulheres.
De acordo com o diretor-geral da OIT, Guy Ryder, “os novos números apontam para um mundo do trabalho cada vez mais diversificado” e que, em alguns casos, formas de trabalho não tradicionais podem ajudar pessoas a entrarem no mercado de trabalho.
O chefe da OIT disse que “estas tendências emergentes também são um reflexo da insegurança, afetando muitos trabalhadores” em todo o mundo atualmente.
Desigualdade
Para Ryder, a “mudança vista da relação tradicional de emprego para formas diferentes do padrão normal é, em muitos casos, associada ao aumento nos índices de pobreza e desigualdade em muitos países”.
Segundo a agência, a desigualdade de renda está subindo ou permanece alta na maioria dos países. Esta tendência é agravada pela crescente incidência de formas não-permanentes de emprego (terceirização ou trabalho temporário), aumento do desemprego e inatividade.
Regulação
Entre os autores do relatório, há um reconhecimento crescente de que a regulamentação do trabalho é necessária para proteger trabalhadores, especialmente os que têm empregos não tradicionais.
As leis de proteção ao emprego têm ganhado força gradualmente, uma tendência que é comum entre a maioria dos países e regiões. No entanto, na Europa, a proteção ao emprego tem, em geral, diminuído desde o início da crise financeira mundial em 2008.
Fonte: Rádio ONU
Marcelo Peres
Secretaria de Imprensa e Comunicação
Força Sindical do Estado do RJ