Produção industrial brasileira cai 6,9%
5 de agosto de 2014
A indústria brasileira acumula uma perda de 6,5% de sua produção entre outubro de 2013 e junho, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 1º de agosto. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o setor industrial mostrou queda de 6,9% em junho de 2014, com perfil disseminado de resultados negativos, já que as quatro grandes categorias econômicas e 21 dos 26 ramos apontaram redução na produção. Os últimos quatro meses (março- junho) foram marcados por quedas seguidas, que levaram a indústria a encerrar junho em patamar 7,5% inferior ao maior já registrado, em junho de 2013. A atividade registrou ainda forte desaceleração na passagem entre o primeiro e o segundo trimestre, com queda de 2%. Em junho, a queda foi de 1,4% em relação ao mês anterior, na série com ajuste sazonal.
“O setor industrial vem mostrando menor dinamismo, não só nos últimos quatro meses, mas desde outubro”, explicou o gerente de Coordenação de Indústria do IBGE, André Macedo. O desempenho da indústria em junho, segundo Macedo, foi marcado por resultados negativos nas diferentes bases de comparação, frente a maio e a junho de 2013, e nos resultados acumulados no ano e em 12 meses.
“O mês de junho foi caracterizado por perda de intensidade da atividade industrial, sob qualquer olhar que se faça sobre a pesquisa. Há um perfil disseminado de taxas negativas, com claro destaque de bens de capital e bens de consumo duráveis”, assinalou o técnico do IBGE.
Ainda de acordo com Macedo, a Copa do Mundo teve influência no mês de junho, diante do menor número de dias úteis por causa de feriados em função dos jogos, e também da redução de horas trabalhadas. Ele esclarece, no entanto, que o campeonato apenas potencializou um desempenho que já vinha sendo registrado pela indústria. “A magnitude da queda (-1,4%) tem relação com a Copa do Mundo, mas há influência de todos aqueles fatores que vem pontuando a indústria, como baixo nível de confiança do empresariado, nível de estoques acima do usual, evolução menor da demanda doméstica, cenário adverso no exterior, entrada de produtos importados e maior restrição na concessão de crédito”, enumerou André Macedo.
O IBGE destacou, ainda, o predomínio de taxas negativas na passagem entre maio e junho, que se viu nas quatro categorias de uso e em 18 dos 24 ramos da indústria pesquisados. O segmento de veículos automotores segue como umas das principais influências para o desempenho da indústria como um todo. Na comparação com maio, a queda do segmento foi de 12,1%, a mais intensa desde dezembro de 2013. Frente a junho do ano passado, o declínio foi de 36,3%. No período entre outubro e junho, a perda acumulada foi de 33,1%. A indústria de veículos automotores acumula recuo de 22,2% em quatro meses.
Houve impacto também de equipamentos de informática, eletrônicos e ópticos, com queda de 29,6%, e de máquinas e equipamentos, de 9,4%.
Entre as categorias de uso, a indústria de bens de capital — que é um dos principais indicadores de investimento — registrou queda de 9,7%, a mais intensa desde dezembro de 2013. Já os bens de consumo duráveis caíram 24,9%, a maior da série histórica iniciada em 2002, ao lado de recuo de 7,9% de bens de consumo e de 1,3% em bens de consumo semiduráveis e não duráveis.
- A publicação completa da pesquisa e todos os seus resultados pode ser acessada na página
www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/industria/2014/pimpfbr
- Veja mais detalhes em:
Rose Maria da Assessoria de Imprensa Força Sindical RJ
Fonte: IBGE e Jornal O Globo.
Marcelo Peres
Secretaria de Imprensa e Comunicação
Força Sindical do Estado do RJ