Sintraconst-Rio reforça luta em defesa da Previdência e CLT
21 de março de 2017
Centenas de trabalhadores e lideranças sindicais lotaram o salão do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil do Município do Rio (Sintraconst-Rio) na manhã desta segunda-feira (20), para o debate “De Olho nas Reformas Previdenciária e Trabalhista”. O encontro contou com a presença de especialistas na área de Previdência e CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e reforçou a unidade dos sindicatos na luta contra a demolição de direitos históricos conquistados sob muita luta.
Durante o debate, o presidente do Sintraconst-Rio, Carlos Antonio de Souza, lembrou o momento crucial que os assalariados de todo o Brasil estão enfrentando. “Se continuarmos mobilizando e levando a população para a rua para se manifestar, tenho certeza que vamos barrar essas reformas. Não podemos ficar na história como o movimento sindical que deixou ser destruída a CLT e a aposentadoria”, destacou Carlos Antonio.
O deputado estadual de São Paulo e presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de São Paulo, Antonio Ramalho, lembrou que a Reforma da Previdência é prejudicial, principalmente, para categorias como a da Construção Civil. “Temos uma grande rotatividade no nosso setor. O trabalhador completa 100 anos (de vida) mas não chega a 49 anos de contribuição”, ressaltou Ramalho, se referindo ao tempo mínimo de contribuição para receber aposentadoria integral , caso a mudança seja aprovada.
A proposta exposta na mesa de debates do Sintraconst-Rio é uma discussão que garanta mudanças justas na Previdência. Como está posta hoje, a reforma pesa, apenas, sobre os trabalhadores. Enquanto o governo federal diz que a Previdência vai quebrar, o setor empresarial deve R$ 500 bilhões a esta mesma Previdência. E o agronegócio paga apenas 2,5% de sua folha salarial, enquanto a indústria e o comércio pagam 20%. Além disso, 30% da arrecadação da Previdência Social vai para a DRU (Desvinculação das Receitas da União). Em outras palavras: esses 30% vão para pagar juros, favorecendo banqueiros.
“Só resolvendo essas questões já não precisaríamos mexer em idade mínima para aposentadoria ou tirar pensão de viúvas, por exemplo”, lembrou o primeiro secretário da Força Sindical, Sérgio Luiz Leite, que também fez parte da mesa de debates. Ele também alertou para as mudanças na CLT que estão em curso em Brasília, inclusive para a possibilidade de votação da terceirização da atividade-fim ao longo desta semana.”As centrais sindicais estão mobilizadas para impedir essa votação”, completou Serginho.
O economista do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), Daniel de Almeida, apresentou dados que expõem a diminuição da renda dos aposentados com a Reforma da Previdência. “A PEC 287 joga o salário médio para baixo”, demonstrou o técnico do Dieese.
Confira aqui a apresentação em Power Point do Dieese sobre a Reforma da Previdência.
Entre as dezenas de entidades representadas no debate, estavam Força Sindical, além das Regionais do Rio de Janeiro e São Paulo da central sindical, Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM), Sintracon-SP, Sindicato dos Químicos de São Gonçalo, Federação dos Químicos RJ, Químicos de Nova Iguaçu, Trabalhadores do Ramo de Perfumaria, Sindicato Nacional dos Aposentados, Sindicato dos Aeroviários, Sindicato da Construção Civil de São Gonçalo, Sindicato de Trabalhadores em Tintas e Vernizes de São Gonçalo, Sindicato dos Trabalhadores em Artefatos de Borracha, Sindicato dos Petroquímicos, Cooperativa de Crédito dos Trabalhadores Químicos, Sindicato dos Bibliotecários, Sindicato dos Estatísticos, Sindicato dos Oficiais Marceneiros do Rio, Sindicato da Saúde, Seconci-Rio, Sinduscon-Rio e Superintedência Regional do Trabalho. Além de representantes das instituições, trabalhadores dos canteiros de obras e empresários do setor também marcaram presença.
O advogado da CNTM, João Campanário, reforçou que a mobilização e manifestação dos trabalhadores de todo o Brasil é indispensável para frear as reformas em curso. “Se a gente não for para a rua e pressionar o Congresso Nacional, a Reforma Trabalhista vai passar igual a rolo compressor. O negociado sobre o legislado vai favorecer o patronal”, destacou Campanário.
O secretário geral da Força Sindical, José Carlos Gonçalves (Juruna), alertou para o fato de que “quem vai decidir a nossa vida é o pessoal de Brasília”. E completou: “O tipo de reforma que eles estão preparando é para manter o melhor quarto, a melhor cozinha, a melhor torneira para os de cima”.
Já o presidente da Força RJ, Carlos Fidalgo, disse que é importante que os sindicatos filiados discutam os temas com suas categorias, para despertar o trabalhador para os riscos que as reformas representam. “A exemplo do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense, o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil do Rio também promoveu importante debate. Parabenizo Sílvio Campos pela iniciativa, em Volta Redonda, e também o companheiro Carlos Antônio. O momento exige união e mobilização da classe trabalhadora”, afirmou Fidalgo.
E aproveitou para anunciar que a Força Rio também promoverá amplo debate, em 3 de abril, a partir de 8h, no Hotel Guanabara, no Centro do Rio, sobre as reformas da Previdência e trabalhista. As inscrições podem ser feitas pelo e-mail secretariageral@fsindicalrj.org.br, informando nome da entidade e dos dirigentes ou trabalhadores interessados em participar das discussões.
Por Rose Maria, Assessoria de Imprensa
Fonte: Assessoria de Imprensa Sintraconst-Rio
Fotos: Divulgação Sintraconst-Rio
Marcelo Peres
Secretário de Imprensa e Comunicação Força RJ