Stipdaenit participa de novo protesto em frente à Alerj nesta segunda-feira
12 de dezembro de 2016
O Sindicato de Saneamento de Niterói (Stipdaenit) participa na manhã de hoje (12) de protesto em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), convocada pelo Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais (MUSPE), que agrega diversos sindicatos, filiados a várias centrais sindicais. O MUSPE vem fazendo vigília na Alerj, acompanhando a votação do pacote de ajuste fiscal enviado pelo governo estadual, chamado de “pacote de maldades” pelos sindicalistas e servidores públicos e que acaba de ser votado hoje (12) pelos deputados estaduais.
O Stipdaenit participa da manifestação em frente à Alerj contra a PEC 55 e o congelamento dos investimentos, contra as terceirizações, contra as privatizações e pela sobrevivência da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos) como empresa pública.
Segundo o diretor Ary Girota, hoje (12) os deputados votam a parte mais polêmica do conjunto de medidas, como o aumento de 11% para 14% na contribuição dos servidores para a Previdência e congelamento dos investimentos por 20 anos. “As medidas acompanham o pacote apresentado também pela União e não podemos aceitar tanto desrespeito com a população e o servidor público. Temos propostas, mas o governo estadual não nos ouve. Optou por governar para os banqueiros e não para a população”, criticou Ary Girota.
O dirigente sindical afirmou que o MUSPE pede a devolução do pacote de medidas pela Alerj para que propostas de técnicos da Secretaria de Fazenda, TCE (Tribunal de Contas do Estado) e Controladoria estadual sejam analisadas pelo governo. Entre elas, estão a revisão e suspensão de renúncias fiscais por 2 a 4 anos, para recuperação da economia do Rio de Janeiro e cobrança da dívida ativa de grandes empresas, que ultrapassa R$ 60 bilhões. “Se executarem a cobrança da dívida, já cobre a folha dos servidores por 2 anos”, completou Ary Girota.
O delegado sindical do Stipdaenit disse que o Sindicato integra o MUSPE porque, além de apoiar o movimento de resistência dos servidores estaduais da Educação, Saúde e Segurança ao “pacote de maldades”, luta contra a privatização da Cedae, seja através de PPPs (Parcerias Público Privadas) ou terceirizações.
Ary Girota esteve na manifestação em frente à Alerj na última terça-feira (6) e disse que o ataque das forças policiais estaduais a bombeiros, agentes penitenciários, professores, entre outros servidores, foi “desproporcional”. “Primeiramente, o alvo eram os manifestantes, os servidores, mas depois era a própria população. Bombas foram atiradas a esmo”, contou.
Em resposta à violência registrada em 6 de dezembro, o MUSPE divulgou nota onde afirmou que “o servidor público, que está sem pagamento, com o salário congelado há anos e sem condições básicas de trabalho, é obrigado a suportar um governo que não dialoga e que busca impingir, sem nenhuma piedade, um conjunto de medidas que afronta o serviço público e atenta contra a carreira e a dignidade dos servidores, seja através do aumento da alíquota previdenciária, seja através de congelamento de gastos ou, ainda, não promovendo o cumprimento de leis que garantem a incorporação das gratificações, no caso dos servidores da segurança pública”.
E continua: “O Rio de Janeiro está quebrado. O calote que os servidores sofrem do governo se reflete no comércio, arrastando todos para o fundo do poço, criado pela corrupção enraizada neste governo. Os servidores não deram causa à crise, alicerçada em três pilares fundamentais: as isenções fiscais, a não cobrança da dívida ativa e, principalmente, a corrupção, cujo principal artífice está preso: Sérgio Cabral, merecidamente acompanhado de sua “primeira dama”, Adriana Ancelmo”.
Para o MUSPE, “o Rio, cantado e decantado em poesia e músicas, virou uma praça de guerra. Um triste capítulo foi escrito na história do nosso Estado. Agora, além da violência psicológica, moral e financeira a que estamos submetidos pelo governo, temos também a violência física, proporcionada por um governo que promove a corrupção e que se esconde atrás da repressão policial”.
E conclui: “No dia 12 de dezembro, a Alerj pretende votar medidas que violentam, exploram e massacram os servidores. Estaremos lá, para resistir, olhar nos olhos dos deputados e questionar se eles vão mesmo nos impor a conta de uma crise à qual não demos causa. Vamos depender da resposta deles para darmos a nossa. E vamos lutar até o fim por dois objetivos: impedir a aprovação deste pacote de maldades e ver toda esta quadrilha presa”.
Em nota, a Polícia Militar informou que o confronto do dia 6 começou após tentativa de invasão da Alerj. O Stipdaenit espera que hoje (12) as cenas que paralisaram o Centro do Rio na tarde da última terça-feira, deixando 30 feridos, não se repitam.
Por Rose Maria, Assessoria de Imprensa
Foto: Agência Brasil
Marcelo Peres
Secretário de Imprensa e Comunicação Força RJ