Trabalho de conscientização é fundamental para reduzir o risco de contaminação pelo benzeno

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24 de novembro de 2016

Diretores do Sinpospetro-RJ acompanham as discussões na Fiocruz

Diretores do Sinpospetro-RJ acompanham as discussões na Fiocruz

Não há limite seguro para a exposição ao benzeno. O alerta foi dado nesta quarta-feira (23) pela engenheira química da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Ariene Larentis, durante a apresentação do relatório final do projeto “Avaliação da exposição ocupacional ao benzeno em postos de combustíveis no Município do Rio de Janeiro: uma abordagem integrada para as ações de vigilância em saúde”. A pesquisa mostra que os resultados ficaram abaixo do limite de detecção de contaminação por benzeno. Ela frisa, no entanto, que apesar das amostras não terem identificados diferenças significativas na concentração de leucócitos, os trabalhadores de postos estão expostos ocupacionalmente, com risco de adoecimento devido ao benzeno, substância altamente cancerígena.

O resultado final do projeto foi apresentado no IV Encontro Nacional de Vigilância em Saúde em Postos de Revenda de Combustíveis, que acontece na Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), em Manguinhos, na Zona Norte do Rio.

Hoje (24), o dia será dedicado aos debates e ao lançamento da Revista Brasileira de Saúde Ocupacional (RBSO), que traz vários artigos e trabalhos científicos relacionados ao benzeno no Rio de Janeiro, Minas Gerias, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, São Paulo e Espírito Santo.

Pesquisa

A pesquisadora da Fiocruz, Isabele Costa do Amaral, que levou amostras de sangue e urina dos trabalhadores para avaliação na Noruega, destacou que a identificação clínica, os sinais e  os sintomas dos trabalhadores expostos ao benzeno ainda são um desafio para os serviços de saúde, seja pela complexidade dos procedimentos ou pela ausência de critérios. Ela explicou que a pesquisa foi divida em quatro grupos, que compreendem a classificação dos trabalhadores que não apresentam sintomas e os que comprovadamente têm alterações sugestivas de benzenismo.

Segundo Isabele Costa, no estudo observa-se baixas concentrações não linear do risco de leucemia. Ela revela, no entanto, que o resultado sugere que a exposição ao benzeno, mesmo em baixas concentrações, contribui para o risco genotóxico à saúde humana.

Parceria

O projeto “Avaliação da exposição ocupacional ao benzeno em postos de combustíveis no Município do Rio de Janeiro: uma abordagem integrada para as ações de vigilância em saúde”, iniciado em 2010, foi realizado em parceria com o Sindicato dos Empregados em Postos de Combustíveis do Rio de Janeiro (Sinpospetro-RJ), Fiocruz, Universidade Federal Fluminense (UFF), Instituto Nacional do Câncer (INCA) e Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Ontem (23), a Fiocruz agradeceu ao presidente do Sinpospetro-RJ e vice presidente da Força RJ, Eusébio Pinto Neto, pelo apoio técnico dado aos pesquisadores.

Sindicatos

Ao apresentar o resultado do trabalho desenvolvido em Vitória (ES), a médica do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), Isabel Muniz, disse que a participação do Sinpospetro-ES foi fundamental para a execução do projeto de conscientização dos frentistas. Segundo ela, a campanha para interromper o abastecimento após o acionamento da trava de segurança do automóvel mostra que os trabalhadores conhecem as normas, mas, em alguns casos, são pressionados pelos clientes a encher o “tanque até a boca”.

Para Alexandre Jacobina, representante do Ministério da Saúde na Comissão Nacional Permanente do Benzeno (CNBz), os sindicatos dos trabalhadores e as instituições de saúde têm que fazer pressão para que as normas de segurança e saúde sejam cumpridas nos postos de combustíveis de todo o país.

Ele disse que o anexo II da NR 9 só será cumprindo se houver fiscalização e cobranças das entidades de classes. O anexo II tem 14 itens, entre eles a instalação do sistema de recuperação de vapores junto às bombas; a lavagem dos uniformes dos funcionários como responsabilidade das empresas; e a proibição do uso de flanelas, estopas e paninhos pelos frentistas, bem como  o impedimento para que o funcionário abasteça depois de acionada a trava de segurança do veículo.

 

                                                  Fonte: Assessoria de Imprensa Sinpospetro-RJ

                                                                      Foto: Divulgação Sinpospetro-RJ

 

Marcelo Peres

Secretário de Imprensa e Comunicação Força RJ

 

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