Vera Motta: Não à violência contra a mulher!

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7 de junho de 2016

Vera Motta menorUm fato estarrecedor ganhou repercussão mundial há poucos dias. Mais de 30 homens violentaram o corpo de uma adolescente, menor de idade, numa comunidade do Rio de Janeiro, sede das Olimpíadas 2016. A Diretoria Executiva da Força RJ vem a público demonstrar todo o seu repúdio e indignação diante de tal episódio.

Eu, Vera Motta, 5ª vice-presidente da Força RJ, chego a sentir a dor dessa mulher, sua repulsa e medo. Pouco importa se ela se insinuou, vestiu roupas provocativas ou propiciou, com uso de drogas e apologia a armas, essa conduta inimaginável por parte de homens que a trataram como lixo. O que importa é a agressão em si, a banalização e menosprezo pelo outro, ainda mais em se tratando de uma mulher, evidente na prática do estupro e de sua divulgação pela internet.

O estupro é considerado um dos crimes mais violentos (hediondo) e, quando é praticado contra menores de idade, podemos falar ainda em pedofilia, mesmo que erroneamente. Mas o que nos preocupa e causa estranheza é que parte da sociedade teime em condenar a vítima pelo crime, como se ela fosse culpada e até responsável por provocar tal reação. Isso faz a atitude ser compreensível? Aceitável? Quantas de nós, mulheres, andando pelas ruas, não somos assediadas e insultadas, como objetos sexuais? E nos ambientes de trabalho, onde a mulher executa a mesma função que o homem e ganha menos ou é vítima de assédio por parte de supervisores e chefias? Isso é “explicável” só pelo fato da trabalhadora ser uma mulher?

Nossa sociedade precisa se tornar mais humana e justa. A dignidade de uma mulher não pode ser desrespeitada por 30, 20, 10 ou um só homem. Que sociedade deixamos para os filhos e netos se fechamos os olhos ou passamos a considerar barbáries simples consequência de quem “procurou por isso”?

A Diretoria Executiva da Força RJ se soma a Secretaria Nacional da Mulher da Força Sindical e a Secretaria da Mulher da Força RJ e também vai lutar para que todos os envolvidos sejam julgados e condenados. E, através de ações propositivas e participativas, continuará lutando para que a força do trabalho seja respeitada, de forma que os jovens, sejam homens ou mulheres, sequer ousem pensar que o crime compensa.

Vera Motta

5ª vice-presidente da Força RJ

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